terça-feira, 28 de junho de 2016

                                        Conversas com o meu avô (amor#4)
Não sei o que te dizer avozinho. Gostava que fosse diferente. Mas ele não quer e eu já não tenho paciência. Vou ao supermercado e compro açúcar, farinha, fruta, mas não se vende paciência. E a minha acabou. Sempre pensei que tivesse muita, mas ele acabou com toda. Gastei a paciência e ganhei o cansaço. O cansaço dos dias iguais. Das mesmas conversas e das respostas de sempre...das muitas dúvidas e das poucas certezas...Avozinho, gostava de te dizer que estou feliz. Mas sabes que eu não te minto. Estou triste, muito triste. Gosto dele e isso dói. Dói a alma e dói o corpo. Não te preocupes. Vai passar. Daqui a uns dias já te dou novidades melhores que as de hoje. Avozinho gosto muito de ti.

sábado, 4 de junho de 2016

Sei que não fazes por mal mas magoas. Não tens culpa que eu sinta demais. E eu não tenho culpa que tenhas uma venda nos olhos que não te deixe perceber que o teu futuro está à tua frente. Que o teu futuro sou eu. Mas não vês. Não te esforças para ver. Preferes continuar a achar que eu sou um dado adquirido pra ti. E não sou. Eu sinto demais e tu magoas-me. Magoas-me porque não me tentas ver. E por isso não me vês. O teu futuro podia ser eu. E não vou ser. Vou ser o futuro de outro alguém. De alguém que me veja. Vou ser feliz. Vou sentir demais pra outro lado. E nessa altura tu vais ver. E já não verás nada.