sábado, 27 de agosto de 2016

Hoje em Amatrice durante os primeiros funerais das vítimas um cão esteve sempre perto do caixão do dono. Foi notícia de telejornal e todos acharam lindo o gesto do animal. É pena que isso não sirva para que mais cães sejam tirados dos canis e que menos sejam abandonados. Mas não é por isso que escrevo este post hoje. Escrevo porque adoro cães, porque sei que mesmo sendo animais irracionais eles têm sentimentos. Escrevo porque quando estava triste o meu cão me vinha consolar. Um cão que morreu há três anos e de quem ainda tenho muitas saudades. Hoje tenho outro, ainda é pequenino e mimadinho, mas não me larga e mesmo que tenha comidinha boa, vem sempre atrás de mim. 
Será idiota comparar cães a pessoas? Estarei a cometer algum pecado? Obviamente que um cão não é uma pessoa, sei disso. Mas inúmeras vezes porta-se melhor que muitas. Um cão não abandona o dono. Não o deixa quando mais precisa. Não o larga num lar porque já é velho. Não o deixa sozinho a chorar porque não está com paciência. Não quer saber quanto está na conta bancária do dono. Não discrimina ninguém. Tanto faz que o dono seja preto, branco ou amarelo. Que seja gay, bi ou hetero. Que vista burquini ou que faça topless. O que importa é que lhe dê amor. E ele também vai retribuir. E com isto digo que sim é idiota comparar cães a pessoas. E sabes porquê? Porque há cães que são melhores que muitas pessoas. E eu amo muito o meu e acho que no meio da linguagem canina dele, ele também me ama a mim. 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Disseste-me que tenho de ser forte. Que tenho de ter coragem. Que tenho de ser isto e aquilo. Mas eu sou eu. Não consigo aguentar tanto “tenho de” … Provavelmente sou fraca e medricas, mas sou assim. Tu é que tens de me aceitar como sou. Eu sou forte quando tenho de ser e ganho coragem quando é preciso. Não sou um muro imponente todos os dias, nem uma guerreira que vai salvar o mundo. Eu sou eu. Sou uma donzela indefesa que quando é preciso larga os saltos e impõe a espada. Defendo-me quando tenho de o fazer e arrisco na mesma medida. Não consigo ser forte e corajosa sempre. Sou chorona muitas vezes e tenho medos idiotas. Eu sou eu. Ou me aceitas assim ou então é melhor deixares-me ir. Deixares-me ser eu sem me sentir culpada disso. Deixares-me ser a Maria, a miúda-mulher sonhadora que chora, mas que também luta. E luta muito!

domingo, 21 de agosto de 2016

Hoje comprei flores. Umas flores rosa e outras amarelas. Preciso de cor. Preciso de vida à minha volta. De um jardim que me faça sentir uma princesa no meio das flores. Que me faça sentir no campo e mais perto de casa. Nasci rodeada de flores. E quero manter-me assim. Posso estar longe, mas um jardim consigo ter. Um jardim cheio de cores. Cheio de flores. Cheio de amores. O jardim da Maria. O meu. Só meu.

sábado, 20 de agosto de 2016


Acordei com o barulho do estrondo. Pregaste-me um susto e feriste a patinha. Tentei tratá-la mas não deixaste. Fugiste a coxear e preferiste deitar-te a lambê-la. De mim só querias mimo, muito mimo como sempre. E que te protegesse da malvada placa de mármore, que não sei como, conseguiste partir. E do mal o menos feriste apenas a pata. Chegas ao pé de mim com o pau na boca para brincarmos. Mesmo coxo corres e queres brincar e brincar. Ensinas-me que não é uma ferida que nos pára a vida. É como se os teus latidos dissessem "vai Maria, não deixes que o teu coração ferido te páre. Sê feliz, corre e brinca como eu." Tens razão. Tens toda a razão. Vamos lá viver! :)