Um dia disseste-me que eu era um espectáculo. Mesmo sabendo que estavas a exagerar adorei que o tivesses dito. É sempre bom ouvir elogios, principalmente das pessoas de quem gostamos, mesmo que por vezes sejam exagerados. E normalmente eu não acredito muito quando me elogiam, mas gosto que o façam na mesma. Não confio muito em alguns pedaços de mim e a minha auto-estima nem se vê de tão imaginária que é. Sou assim, uma donzela perdida dentro dela própria. Um ser bipolar que hoje chora e amanhã ri, dependendo se está vento ou sol. Deixo-me influenciar pelo tempo e por quem me rodeia. Mas também sei pensar por mim. E é por isso que às vezes me fecho na minha pequena ilha. Na minha ilha desaparecida que só eu sei onde fica e onde não deixo ninguém entrar. Já parei de olhar para os outros e de pensar que gostava de ser como eles. Sou como sou, e se algumas coisas acho que devo mudar, para bem da minha felicidade, outras nem tanto. Sou mulher do tudo ou nada. Não fico onde não sou bem recebida ou onde me sinto a mais. Quem quer estar comigo está, quem não quer não é obrigado. Gosto de gente sincera, que não se esconde atrás de máscaras. Não posso com pessoas fúteis que só olham para o próprio umbigo. Sou menina com coração mole que se derrete com um simples sorriso. Mas também sei ignorar quem me faz mal. Cumprimento por educação, mas não dou conversa se não gosto de alguém. Não sou graxista, nem tenho paciência para conversas da treta. Não finjo gostar de ninguém e se gosto, gosto mesmo. Sou amiga do meu amigo, e dos inimigos nem quero saber. Não perco um segundo a pensar em quem não merece. Tenho medo de me dar demais. Medo que me façam sofrer. E ao mesmo tempo quero muito ser feliz, mas para isso tenho de vencer esses medinhos todos! Toda eu sou como a minha ilha desaparecida. Resisto a tempestades, mas tenho medo de simplesmente me soltar, de me deixar ir, de largar o pedaço dessa ilha que me ajuda a manter os pés bem assentes na terra, por medo de não conseguir voar. Ou medo de gostar tanto de voar e já não querer voltar. Sou ridícula. Eu sei! E esta sou eu!
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